quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Agora Mesmo

- Você tá dormindo?
- Não, tô acordado.
- Acho que eu tô com medo do escuro.
- Você tem medo de escuro? Tsc, me abraça, fecha os olhos.
- Mas é desse escuro que eu tô falando. Desse que mora dentro de mim.
- Então vem cá, deita no meu peito, fala pra mim desse medo.
(Tô com saudade de agora mesmo.
Não queria que esse nosso agora fosse embora. Mas, daqui um segundo o presente vai envelhecer. Vai morar no reino do passado, onde todos os seixos já foram rolados.
E esse escuro, o desse quarto e o dos meus olhos cerrados, que deixa o barulho do tempo destilado insuportável!
Pior, inevitável.
É isso, droga! Não há cura contra o tempo. Nada no mundo pode prender o agora.
Existe é claro, o trunfo da memória. Obstinada e heróica, vai fazer de tudo para aprisionar o gosto do beijo e o brilho do relâmpago que explodiu quando te vi naquela hora. Vai lutar com todas as forças para se agarrar ao cheiro da pele e à pele do peito. Vai socorrer as cores das paredes e as estampas do edredon e travesseiro. Vai tentar sustentar, ilesos, perfume, cenário e cada beijo.
Também minha gorda imaginação será coadjuvante. Ela não usa relógio, não penteia os cabelos e, quando quer, expulsa gritando a realidade do trono. Vai reescrever essa história mil e uma vezes. Vai transformar as cores, os sons e as luzes. Vai inventar sinais de fumaça, fundos musicais e rever com impaciência todas as cenas fora da seqüência.
Ainda aqui, enquanto ausculto os segundos marcados em seu peito, me sinto de partida. Mas sei que, logo mais, depois da despedida, ainda sem jeito, um tanto rouca, (quase louca), me sentirei, enfim, partida ao meio.
De antemão, metade de mim experimenta uma rasa colher de desespero.
De repente me permito o delírio de acorrentar as águas do rio (para fazer rolarem de novo os seixos); engaiolar o vendaval (para manter despenteados os cabelos); e recolher do chão cada grão de purpurina (por que é esse o brilho que eu quero da vida).
De repente considero dizer eu te amo; tocar fogo nesse quarto; acender a luz; escrever um livro; tirar um retrato. Mas é tarde. Então me perco, te aperto e sinto medo - ou uma imensa saudade de agora mesmo).
- Não é nada. Bobagem. Só me abraça.
Ingênua personagem.
Ainda não sabe separar o amor do medo.
Não sabe que despir um sentimento pode ser mais difícil que ficar nua em pêlo.
Não sabe que palavras quando não bastam, atrapalham.
E não sabendo, enfim, o que fazer com o fôlego do sentimento, não encontrou melhor desfecho: fechou os olhos e disse boa noite num beijo.
*Na manhã seguinte, no saguão do aeroporto, entregou-lhe um bilhete, que estava entre uma confissão e um segredo, e começava com a estranha frase “ai, que saudade de agora mesmo”.
                                           
Maria Sanz Martins

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

QUEM EU SOU

É tão difícil, falar de mim, escrever então, pior ainda. Admito que evitei ao máximo escrever sobre esse tema, mas parece que existem algumas coisas que são inevitáveis, e já que cultivo esse hábito de escrever, mais ou menos dia eu iria sim me deparar com esse tema, e parece que agora já não da tempo de fugir. Já faz algumas horas que estou olhando pra essa tela, digitando e apagando, tudo que eu digo parece não ser muito real, ou será que é assustadoramente real? [...] Posto isso é melhor começar de uma única vez, e agora sem direito à apagar (rs) [...] Bom; a maior parte das pessoas me enxerga como uma pessoa feliz, alegre, totalmente solar e de bem com a vida. Mais eu confesso que não sou assim, me vejo como uma pessoa triste, melancólica, quase depressiva. Confesso que me reconheço e me acolho na tristeza e na solidão.
Muitas pessoas me vêem como uma pessoa muito inteligente, mas isso também é mentira, é claro que tenho uma gama enorme de informações e de coisas que realmente sei fazer e fazer bem (modéstia à parte). Mas confesso que “finjo” ser bem mais inteligente do que realmente sou, é tudo pose. Eu insisto em complicar as coisas mais simples da vida. Na minha ânsia por ser e parecer ser inteligente, crio um milhão de teorias (a maioria delas de conspiração), de formulas, e de afins que teimam em me desobedecer e dar errado.
Me vêem como um crítico de música, cinema e artes em geral, quisera eu poder corresponder à cada uma dessas expectativas. Nossa; agora me dou conta de que é bem mais fácil dizer e identificar àquilo que não sou do que sou.
SOU UMA FRAUDE!
Não sei o motivo, mas percebo que as pessoas vêem em mim uma pessoa que não existe, não sei se bem isso, mas ao menos uma pessoa que não sou eu.
Eu sou um menino de 21 anos, que em muitos momentos age como se tivesse 10. Confesso que sou um pouquinho, só um pouquinho mimado e infantil. Um menino que gosta de muitas coisas boas e caras (mesmo sem possuir todas), mas que se encanta com coisas bem simples, como os enfeites de natal. Um garoto que ama ler, e lê os grandes nomes da literatura: Shakespeare, Lispector, Schopenhauer, Victor Hugo, Martha Medeiros e é claro Antonie de Sain’t Exupery (o “É CLARO” se explica, porque quem realmente me conhece sabe que sou alucinado pelo pequeno príncipe, tudo bem eu confesso, minha ligação com ele é um pouco mais forte, às vezes tenho plena certeza de que esse livro foi escrito especial e unicamente pra mim, me sinto como se fosse o próprio principezinho que vai viver para reencontrar a sua rosa, pode ser loucura, eu sei, mas como sonhar ainda não paga imposto, me deixem com os meus devaneios). E que ao contrário do que muitas pessoas pensam, lê cada um desses livros não para parecer mais culto, instruído, ou mais qualquer outra coisa que seja, que só lê cada um desses livros porque consegue se reconhecer, que consegue se encontrar em cada uma daquelas palavras, em cada uma daquelas metáforas. [...] Sou um garoto que gosta de música e que contrariando grandes referências em toda a escala de vendas ou de crítica prefere ouvir Sandy do que Beatles, e que defende com todas as forças e argumentos (sejam eles reais ou imaginários), que a garota aparentemente simples de Campinas é infinitamente superior aos garotos de Liverpool, talvez para muitos isso seja loucura, mas quem aqui é totalmente são? [...] Sou um menino tímido que até fala em público, mas que quando menos se espera fica com as bochechas vermelhas, sem graça e sem saber o que fazer. [...] Sou cristão (Graças a Deus), mas que ao contrário dos meus irmãos protestantes, prefere falar (se for pra falar de Cristo) do evangelho do amor, do que apontar o meu dedo na cara de quem quer que seja pra mostrar o caminho mais rápido para o inferno; não me entendam mal, acredito sim que a salvação vêm pelas obras, mas sei que não cabe a mim dizer que obras são essas, não posso e nem mesmo quero restringir a entrada de ninguém no céu, me firmo nessa palavra: PORQUE O AMOR APAGA TODAS AS TRANSGRESSÕES, na minha visão sabe o que isso significa, eu explico: não importa o tamanho da problema que você se meteu, o meu Deus têm sim, um caminho e uma solução pra você, ele quer reescrever a sua história sem te cobrar nada, tudo isso sabe por quê, por que ele te ama. Simples assim. [...] Muitas pessoas, principalmente umas bem próximas me apontam como frio, calculista e sem coração, mas talvez essa seja a maior de todas as mentiras à meu respeito, mentira essa com certeza alimentada por mim; sempre fiz questão de me apresentar com uma posição lógica e racional sobre qualquer questão que eles apresentassem, as lágrimas foram raras, e possivelmente na opinião de deles inexistentes, me lembro de ter chorado pouquíssimas vezes na frente dos meus amigos e familiares, minha irmã algumas vezes chega a me perguntar se eu tenho um coração, e eu, só pra provocar dizia: coração? Isso é de comer? Mas na verdade não é nada disso, totalmente o contrário, esse coração é mole, e ultimamente tem se derretido e se derramado por qualquer motivo, mas ainda tenho me controlado o suficiente para só chorar na cama, que como diz o velho ditado: é lugar quente... Se antes eu acreditava que era forte e frio, esses últimos meses me fizeram admitir pra EU MESMO que sou o maior de todos os chorões; sou uma pessoa do bem (e não só do meu bem, como sempre faço questão de dizer) e que torce pelo sucesso de todas as pessoas, TODAS mesmo, não consigo desejar o mal de ninguém, nem mesmo das pessoas que sei que não me querem tão bem assim. Sou um menino romântico, que acredita em amor à primeira vista e em finais felizes, que adora ler histórias de amor, principalmente àquelas impossíveis, como, Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, me apego numa antiga frase de Shakespeare que diz que as verdadeiras histórias de amor são as que não acontecem, e por me reconhecer na tristeza gosta de histórias de amor recíproco-infeliz, pode ser difícil de explicar, mas é fácil de entender (ao menos eu acho). [...] Sou alguém que não consegue conversar à vontade com alguém que não conhece, e isso é realmente estranho eu reconheço, mas é assim que sou. Não gosto muito de animais e costumo brincar que têm dias que não gosto nem mesmo de gente [...] Contrariando mais uma vez as aparências sou um menino doce (ao menos por dentro), que sente medo de muitas coisas (inclusive do escuro), e que literalmente trava quando alguém grita comigo, quando isso acontece me sinto como nesses desenhos que um dos personagens vai diminuindo (eu) enquanto o outro aumenta e grita (rs). Sou um menino que ama ver e comprar filmes (devo ter uns duzentos), vejo sim muitos filmes cabeças, tipo documentários, filmes épicos, filmes históricos, filmes franceses e alemães (sinônimos de chatice pra alguns amigos, né Best?), mas que prefere indistintamente um bom “bobeirol americano”, adoro ver clichês, filmes adolescentes ditos por muitos “idiotas”, mas confesso que tenho um pouco, ou um muito de cada um deles aqui dentro de mim, afinal de contas, quem é que resiste à um clichê? Eu não, minha alma e eu precisamos disso [...] Sou um menino que não pensa realmente em ter filhos, e por isso mesmo é chamado de doido por alguns amigos, mas fazer o que, ter filhos só pra manter o padrão de normalidade da sociedade (mais do que qualquer outra coisa, sou alguém que simplesmente não consegue entender a definição da palavra “normal”, normal pra quem, qual é o padrão dessa dita normalidade, se alguém souber por favor me diga), não, eu não sou assim, eu até gosto das crianças acho fofinho e coisa e tal, mas parece que não tenho o tal gene da paternidade dentro de mim, talvez o tempo faça ele nascer, ou talvez não faça, mas por enquanto desculpem, mas nada de filhos aqui ok? [...] Sou um menino que na maior parte do tempo olha pro horizonte com um olhar perdido imaginando onde estou, porque sei exatamente onde quero ir, mas não faço a menor idéia de como fazer pra chegar e permanecer lá, e citando uma boa propaganda: e quando chegar será que o LÁ, ainda estará lá? Como você percebe sou alguém que ama frases prontas e de impacto, consigo guardar sempre uma grande gama delas junto de mim, adoro perguntas retóricas, perguntas essas que não possuem uma resposta certa tampouco desejada.
Me considero uma pessoa simplesmente complexa (eu não resisti a piada), que não consegue sintetizar as coisa, sou melhor em analisar, em dizer, desdizer, redizer e ao mesmo tempo não dizer coisa alguma; prefiro não fazer com que nada seja ou fique estático, parado, morto. Responder não é muito a minha praia, prefiro que cada um tire suas conclusões inclusive sobre mim, afinal de contas eu sou uma pessoa, e não um balancete, desses onde encontramos os prós e os contras do produto, sou (e todos são ) muito mais, sou humano, e quem quiser gostar (ou não gostar) de mim vai ter de levar o pacote inteiro, não podendo escolher no Buffet daquilo que quer se servir.
Sou tudo isso que disse, e mais ainda do que não disse, por mais que escrevesse mil páginas não poderia dizer com precisão quem sou, sei que falta, quando eu finalmente conseguir terminar de descobrir prometo que volto e completo, ou retiro (se for o caso), as coisa aqui descritas, mas por enquanto é isso que sou, e se ainda assim você não conseguir me entender não se culpe vou te contar um segredo: a maior parte do tempo nem mesmo eu me entendo.

Rory Rufino

DESTINO, TA DE DEBOCHE

Ai ai, mais uma vez o destino vive me pregando uma de suas peças...  pensei que hoje seria um dia muito especial na minha vida; até foi especial, especial e triste, enfim … Pensei que hoje, mesmo sem querer, teria de dizer adeus à uma pessoa que de repente se tornou muito importante na minha vida: quem poderia imaginar que uma simples pergunta ia desencadear todos esses sentimentos, ou melhor, toda essa confusão de sentimentos aqui dentro de mim???!!! Desde ontem já fui dormir, pensativo no que faria hoje, se compraria ou não um presente, se colocaria um cartão, e caso colocasse o que seria legal escrever, afinal de contas, não somos tão próximos assim, mas ainda assim tudo tinha de estar perfeito, pois essa provavelmente seria a última vez que encontraria com esse certo alguém. Então comprei sim o presente (adoro presentear),  e diga-se de passagem que agradei, e me foi revelado que meu alguém ficaria mais alguns dias em terras locais, o que na verdade foi bom, não é nenhum sacrifício passar mais tempo ao lado de uma pessoa tão especial.
Falando desse jeito as pessoas não acreditam que em tão pouco tempo pude (ta eu confesso), me apaixonar como me apaixonei, acabei de ler um texto da Martha Medeiros, que diz que não adianta ficarmos nos perguntando  porque nos apaixonamos, se isso acontece é só porque nós mesmo nos permitimos isso... Sabe durante toda a noite ficava imaginando que iria ouvir um: você é especial, quero te ver mais vezes, e talvez um “eu te amo”, mas nada disso aconteceu, mas admito que nem mesmo consigo me sentir frustrado com isso. Acho que não estou conseguindo me posicionar muito bem com todos esses sentimentos aqui dentro de mim. Mas ainda assim, mesmo sem beijo ou declarações apaixonadas, sinto que valeu muito a pena, não sei se é viagem, mas penso apenas que experimentei uma nova forma de amor, e se não for bem isso pelo menos me deixem sonhar.


Rory Rufino

PERGUNTAS, SEM RESPOSTA

Mais uma vez me encontro frustrado, por que tudo sempre insiste em dar errado? A quem posso recorrer? Será que alguém pode me salvar? O que aconteceu? A culpa é minha? E se for? O que eu faço? Com quem eu falo? O que eu falo? Mal posso acreditar em tudo que está acontecendo. Estou a tanto tempo esperando. Será que alguma coisa passou despercebida? Tenho vontade de gritar, mas não tenho certeza se alguém quer me ouvir. Tanta gente. Tantos risos alheios. Tanta atenção desperdiçada... Onde está a rosa? Será que ela realmente existe? Tenho certeza que ela ainda está aqui. Mas então, onde está o jovem príncipe? Será que ele demora a voltar? Será que ele realmente volta? Acho que ele encontrou em outro planeta outra rosa; uma rosa mais bonita, uma flor que mostra que aquela rosa nunca foi e nunca será mesmo única, sendo assim, provavelmente ele não volte mais. Mas então, o que será da rosa? Ou ela morre de frio, ou sufocada dentro da estufa... E se o vento for muito forte? Quem colocará dessa vez o para-vento? [...] Será que existe em outro asteróide algum outro pequeno príncipe? Será que ele irá aparecer pra salvar a rosa? Posso até estar enganado, mas acho que essa rosa não quer outro salvador, essa rosa prefere a morte à ficar longe do afeto de seu já conhecido e cativado principezinho, sem dúvida ficar longe dos olhos daquele que se ama, é a pior e mais dolorosa forma de morrer... Reza a história que a rosa perde a voz quando seu príncipe se descuida dela. Será que ele vai conseguir enxergar a singularidade que há em sua rosa antes que seja tarde demais? Ou ele irá preferir se divertir em um jardim cheio de flores, não só rosas, mas também margaridas e orquídeas? Por mais que seja doloroso admitir e revelar, tenho a impressão que esse pequeno príncipe encontrou em meio ao deserto de dúvidas que cercava o seu próprio ser, onde ele caiu, uma flor rara, que nem sequer ouvimos falar, sinto dizer, mas parece que aquela rosa vai morrer com frio e esquecida em seu distante asteróide, enquanto o seu príncipe se regozija cativado nas pétalas de sua bela flor[..] Seu único resquício de esperança é um ser mais poderoso intervir em seu favor, fazer aquela estrela brilhar mais forte do que nunca, e torcer para que o jovem príncipe se lembre daquela antiga e apaixonada rosa.

Mas se de repente ele se lembra de todo o amor que a rosa o dedicava e decide voltar? E se por capricho do destino sua rosa tenha realmente encontrado outro príncipe, alguém que a cuidou no momento mais delicado de toda sua existência. E se esse novo alguém conquistasse merecidamente todo um amor que até então era devotado a ele? E se mesmo que não haja nenhum outro príncipe ela desprezar o antigo? O que nosso jovem herói faria? Como ele iria se sentir? Provavelmente como a frágil rosa quando abandonada. Mas mesmo que todos esses “se” não se cumpram, mesmo que tudo esteja no mesmo lugar que ele tenha deixado, ele pode ter certeza que as coisas não serão como antes, nem todas as desculpas do mundo poderiam fazer a rosa se esquecer dos momentos de solidão que ela foi obrigada a passar, nem o mais arrependido dos príncipes poderia fazer desaparecer uma dor como esta. E o que ele diria? Quais palavras poderiam cicatrizar essa ferida que mesmo depois de muito tempo insiste em sangrar? Será que esse amor era mesmo tão forte quanto parecia? Eu espero que o tempo possa trazer todas as respostas, porque ao menos por enquanto essa rosa ainda parece ter a alegria mais fingida que pode existir nesse ou em quaisquer outros planetas.

Rory Rufino

SOMEONE TO FALL BACK ON*

Eu nunca serei um combatente armado com uma espada na mão. Ou um kamikase, não conte comigo pra lutar em uma barricada, ou mesmo defender um lugar. Você nunca encontrará em mim cicatrizes ou ferimentos, eu não posso andar sobre a água ou caminhar pelo fogo.
Eu não sou príncipe nem santo, eu não sou o sonho de ninguém, mas estarei aqui e darei meu apoio, serei alguém em quem confiar.
Isso é uma trágica comédia, você está ferido e magoado e sou eu quem procura o seu favor, mas honestamente você não precisa acreditar em mim, mas aquilo que tenho em mim é tudo que você precisa, mas você me olha como se não fizesse sentido, como uma perda de tempo, como se não houvesse propósito.
Já disse e volto a repetir; não sou príncipe muito menos santo, e se você prefere acreditar nisso desculpe mas esta errado, você não precisa disso, você só precisa de alguém para confiar.
Estou sozinho e até prefiro estar, na verdade eu já me acostumei. Nesse jogo eu sempre perco você sempre me da a menor parte, a metade de nós e eu dou o melhor de mim, mas mesmo assim se você ainda quiser eu serei pra você.
Serei seu principe e seu santo, derrubarei todos os portões em seu nome e prometo que sempre serei alguém em quem você poderá confiar.


* Tradução da musica homônima do filme High School Band. Alterações minhas.

ENGANO

Como sós seres humanos, meros mortais somos tolos, quando estamos diante de uma possibilidade, depositamos toda a nossa força, confiança e esperança nela, por mais que essa possibilidade seja a mais remota de todas.
Sabemos que somos limitados e que nem sempre podemos fazer com que essa possibilidade se torne realidade sozinhos e por isso recorremos à outros que pensamos ser quem possa resolver aquilo que não podemos, pedimos, clamamos e na maior parte das vezes imploramos para que a solução e a realização dessa possibilidade caia do céu, a partir daí então mudamos de tática: traçamos planos e escolhemos datas, e quando essa data chega quase morremos de ansiedade, e quando finalmente está na tão sonhada hora do tão grande e especial momento:[...] NADA ACONTECE! Ficamos arrasados, desolados, nos culpamos, mas afinal o que será que fizemos de errado? Infelizmente tenho que ressaltar que depois que esse primeiro grande plano se frustra tudo muda, nada mais será como antes, mas isso não é necessariamente uma coisa boa; toda aquela certeza da possibilidade que era tão evidente para todos, cede lugar à dúvida que vive em um solo incerto sobre o qual não é possível caminhar.

 
Mas nós, como bons brasileiros, ainda não nos damos por vencidos, pensamos ainda ter uma solução, uma saída, a sonhada luz no fim do túnel e resolvemos nos dar mais uma chance, afinal de contas ainda há uma possibilidade e novamente nos preparamos, nos armamos, renovamos nossas esperanças e tentamos então fazer tudo ao contrário do que havíamos feito até então, e para a nossa surpresa: nada funciona. Será que deveríamos ter insistido um pouco mais no plano antigo? Ou será que devemos partir para o tudo ou nada? É nesse exato momento que você escuta aquela voz que vem de dentro de você mesmo, e essa mesma voz trás à luz aquilo que você mesmo não quis enxergar: Você se enganou! Mas não se preocupe você não errou sozinho, junto com você estão todos aqueles que assim como você viram essa possibilidade, mais que isso, junto com você estão as pessoas que te fizeram acreditar que seria possível acreditar naquela remota chance, naquela mínima possibilidade. Você começa a se questionar: Mas como pode ser? E todos os sinais? E todas as evidências? Será que elas só existiram na minha cabeça? E você percebe que não só você, mas todas as outras pessoas quiseram se enganar, e isso é mais comum do que você pode imaginar as pessoas nem sempre querem acreditar na verdade, pois ela nem sempre é atrativa e agradável aos olhos de todos, é mais cômodo e mais prazeroso, criar as verdades que queremos acreditar, é melhor enxergar possibilidades no invisível do que simplesmente aceitar aquilo que está bem diante dos nossos narizes, e chega enfim o momento de desistir, não há mais o que fazer ou dizer, nenhum dos seus incríveis planos tiveram êxito, você cruzou a ponte mas lá não tinha nada nem ninguém pra ver, você se expôs e se arriscou em vão, e não pode ficar nem mesmo com o prêmio de consolação, e ficará eternamente com a sensação de que aquela mínima possibilidade poderia ser realidade.


Rory Rufino

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Classificando sonhos


Sonhar.... oh coisa boa não é mesmo??? Eu pelo menos adoro, principalmente se o sonho puder ser com os olhos aberto, durante o dia mesmo, ali na esquina do ponto de ônibus... 

Meus sonhos são muitos e muito diversificados... é claro que nem todos podem ser revelados, ao menos não por enquanto... sonho com muitas coisas, muitos lugares, e ultimamente confesso que até com muitas pessoas, pessoas tão diferentes...

Mas outro dia, enquanto um desses sonhos teimosamente invadia minha mente, me veio a pergunta que ficou e confesso que até agora está na minha cabeça: Como classificar cada um desses sonhos? Perguntinha mais difícil e capciosa, mas se tenho de enfrentar vamos lá, rápido, como um curativo. 

Cada um desses sonhos possui uma matéria própria e admito que na maior parte das vezes parece que eles também possuem vontades autônomas, sem que eu interfira, tratam cada um de tomar o seu próprio rumo, e grande parte das vezes, um rumo alheio à minha vontade....

Existem sonhos com a carreira, sonhos com a faculdade e o que esperar dela (mas isso seria o mesmo que carreira, o que me tornaria redundante, então melhor deixar isso à parte), sonhos com os amigos, existem sonhos, E MUITOS, MAS MUITOS MESMOS, com os inimigos; e admito um tanto quanto envergonhado, que esses são os sonhos mais elaborados, com direito à efeito especial e tudo, ou vai dizer que você quando sabe que vai ter de enfrentar uma reunião ao lado de alguém nem tão amigável assim também não fica pensando: quando ele (a) disser isso eu vou dizer aquilo, e ainda vou apontar o dedo num gesto enfático [..] sei que eu não estou sozinho no mundo; não que eu fique perseguindo ninguém, sou da paz total, mas existem certos indivíduos que mesmo nós sendo tão legais quanto somos, insistem em não nos querer bem, ai fazer o que né?

Existem ainda os sonhos de amor (isso é quase que exclusividade das meninas, mas como não gostamos de seguir regras...) ficar imaginando o amor da sua vida ao seu lado, fazendo milhares de coisas juntas, coisas as vezes nem tão legais, ás vezes nem tão importantes assim, mas que para você vai ser a coisa mais exclusiva que existe no mundo, ficar sonhando com inúmeras viagens, pra Londres, França, Espanha, Veneza, e pra outros lugares nem tão legais, pode ser pra Escócia (nada contra), Finlândia.... e até mesmo pra lugares que nem existem (ao menos não no globo), e pra chegar lá topamos qualquer coisa, viajar de nuvem, de tapete voador, de cavalo alado, o importante não é como chegar, mas sim com quem...

Até agora não classifiquei realmente nenhum sonho, e confesso que nem mesmo posso, se pudesse garanto que faria, mas como eu, uma pessoa tão comum quanto todas as outras, poderei dizer qual desses sonhos é mais importante do que outro, como preferir um preterindo outro? Não conseguiria deitar tranquilo se fizesse isso, afinal de contas eles são os meus sonhos, e são importantes exatamente assim, todos juntos, não posso, não consigo e nem mesmo quero deixar de sonhar quaisquer deles, ainda que consiga realiza-los, ficarei feliz por ter me permitido sonhar cada um deles, por quantas vezes eu senti necessidade, porque feliz ou infelizmente são esses sonhos que me fazem a pessoa que sou, e juntos ele formam meus outros "eus", é com eles, e somente com eles, que consigo fugir da realidade assustadora. Vou sonhá-los e se possível vivê-los, enquanto puder, sempre que puder.


Rory Rufino

Se

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Nem toda realidade é visível, por baixo, do pano, da pele, das palavras, existem segredos que habitam em esconderijos.


Maria. S Martins
"Nem sempre as nossas fraquezas querem dizer que não somos fortes"

Gabriel Pensador

Apenas uma Brincadeira

Depois de muito tempo você decidiu me mostrar o seu lado “divertido”, foi uma pena, pois de todos os seus lados que eu já conhecia esse foi o que eu mais odiei uma brincadeira inapropriada e infeliz. A pior parte é que essa brincadeira não foi apenas entre nós, você envolveu alguém que não me dizia respeito, até entendo que você queria se divertir, mas não gostei nem um pouco de saber que eu fui a piada do seu fim de semana, tenho diversos tipos de defeitos, mas tenho plena certeza de nunca seria capaz de fazer uma coisa desse tipo com você, cada dia que passa vejo que somos mais diferentes do que eu pensava. 
Mesmo me vendo tão pra baixo você nem supôs que pudesse ser você e a sua brincadeirinha o verdadeiro motivo da minha tristeza, e o pior perdi as contas de quantas vezes te pedi desculpas, mas você nem cogitou essa hipótese, reconheço que me perguntou diversas vezes o que estava acontecendo comigo, mas nunca passou pela sua cabeça que estava magoado com você, talvez você não tenha feito por mal, mas lembre-se do velho ditado: DE BOAS INTENÇÕES O INFERNO ESTÁ CHEIO!
O que me deixou extremamente irritado, nem foi a brincadeira em si, foi o fato de você ter confessado que só estava querendo me testar… É isso que eu sou, um teste? Mas qual será o meu prêmio? Eu tenho sido uma pessoa muito bacana com você, e, no entanto isso não tem sido suficiente, você sempre irá querer mais, acho que você nunca me viu da forma que eu pensava, parece que só via em mim o que te era conveniente, você ainda continua sendo uma pessoa especial pra mim, e sei que por um bom tempo você ainda será, mas não sei ao certo por quanto tempo irá conseguir se manter ai…

Rory Rufino